Call of Duty: WWII é um jogo eletrônico de tiro em primeira pessoa produzido pela Sledgehammer Games e distribuído pela Activision para PlayStation 4, Xbox One e Microsoft Windows. É o primeiro jogo da série Call of Duty a se passar durante a Segunda Guerra Mundial desde Call of Duty: World at War, em 2008.
O jogo foi anunciado em 21 de abril de 2017, com um trailer de revelação completo em 26 de abril e lançamento mundial em 3 de novembro de 2017, recebendo feedback positivo dos fãs e se tornando o jogo mais vendido do ano na América do Norte.
Esta é uma análise livre de spoilers.
Jaquetas de metal e corações valentes: Uma experiência cinematográfica
A franquia Call of Duty já passou por maus bocados, como todo bom fã bem sabe. Investindo em narrativas futuristas, com títulos ostentando mecânicas sci-fi e trazendo rasos enredos, a série distanciou-se de suas propostas originais. Após muitos lançamentos acompanhados de duras críticas e insatisfações, a saga, no entanto, parece finalmente ter alcançado redenção. Em partes.
Call of Duty WWII nos traz três modos de jogo, já conhecidos: Zombies, Multiplayer e Campanha. Com uma duração relativamente curta, na campanha assumimos o controle do soldado Daniels, um jovem combatente texano com coração de ouro que encontra-se testando a própria humanidade e lealdade frente aos horrores da guerra, à medida em que os Aliados tentam conter o avanço alemão em pontos decisivos do conflito, no período compreendido entre 1944 e 1945.
A experiência de jogo conta com gráficos invejáveis, trilha sonora de ponta e um enredo satisfatório, que embora não construa personagens tão marcantes quanto alguns velhos conhecidos da franquia, como Capitão Price e Ghost, possui sua beleza retratada em uma história bem contada com momentos emocionantes, buscando humanizar ambos os lados da guerra, se pautando em temas complexos como amizade, lealdade, dever e obediência.
Jogar a campanha do game é como assistir a um breve filme, que apesar de não estar à altura das grandes pérolas do cinema, é o suficiente para colocar um sorriso em nosso rosto e alguns pesos na consciência.
Quanto ao gameplay, na jornada de Daniels, nos encontraremos nos mais variados ambientes, intercalando trechos furtivos e frenéticas cenas de ação em trens, tanques e até mesmo caças de ataque. Em primeira pessoa, possuímos um vasto arsenal de armas e recursos táticos, além de podermos contar com nosso pelotão, constituído por companheiros que, além de cumprir seus papéis na narrativa, irão nos auxiliar em combate com habilidades únicas, que vão desde fornecer kits médicos a delatar posições inimigas.
Também é possível realizar pequenos objetivos secundários, como ações heróicas, e coletar um número bem limitado de colecionáveis. WWII possui alta violência gráfica e destruição de cenários, tornando nossa simulação bélica tão imersiva quanto cruel. Exatamente como deveria ser. O título está legendado e dublado em português, com vozes cuidadosamente selecionadas e incrivelmente bem feitas.
Um último Reich: Banquete de carne podre
O modo Zombies, impecável como de costume, agora abandonou seu tom cômico, adotando uma postura mais séria e sombria com inimigos visualmente mais aterrorizantes. Podendo ser jogado individual ou cooperativamente, assumimos uma das quatro personagens disponíveis e teremos que sobreviver (ou tentar) a incontáveis hordas de soldados mortos-vivos.
O modo de jogo conta com inúmeras armas, habilidades, recursos, armadilhas e variações de inimigos. A dificuldade é tradicionalmente amarga e seu sub-enredo é absolutamente bem produzido, com atores profissionais e dublagem brasileira de alta qualidade. Se equiparando à campanha, o modo Nazi Zombies não nos decepciona nesta encarnação. E uma coisa é certa: ele sempre voltará rastejando até nós de título em título.
Mapas adicionais podem ser adquiridos separadamente.
Paus e pedras: Uma lição sobre pelotões
Trazendo um modo multiplayer com variações já conhecidas, Call of Duty WWII estabelece sua longa vida útil com alguns mapas já vistos anteriormente na campanha e diversos ambientes e tamanhos para todos os gostos, dos mais estratégicos ao caótico Shipment 1944.
Em muitas partidas, encontramos sub-modos multiplayer com objetivos diferentes e únicos: Capturar bandeira, mata-mata em equipe, baixa confirmada, guerra terrestre e etc. Cada tipo possui suas especificações, com times de diferentes tamanhos e ritmos de ação.
O multiplayer pode ser jogado com um soldado personalizável, que pode alternar entre diferentes classes, como expedicionária, paraquedista e infantaria, cada uma com suas respectivas habilidades e características. Contamos com um arsenal robusto, muitas opções de prestígio, missões diárias e semanais, um QG para interagir com outros jogadores e mais. E acredite se quiser, soldado: tudo isso é apenas a ponta do iceberg.
Veredito: Explosivo
Call of Duty WWII pode não ser o melhor que a franquia tem a oferecer, mas é sem dúvida uma experiência completa com olhares otimistas para o futuro de uma das sagas mais amadas da história do mercado dos games. Cumprimento seu papel redentor, pois nos é entregue uma jornada aparentemente sem falhas e coberta de nostalgias dos antigos títulos da família COD.
Mesmo com seus pequenos defeitos técnicos e limitações criativas, vale a pena empunhar nossas rifles e lutar mais uma vez, no coração valente de Daniels, nas trilhas incendiárias de um consagrado multiplayer e contra os crânios rachados do último Reich.
Às armas, soldado. Temos uma guerra para lutar.
Análise feita com cópia digital cedida pela Activision
Revisão: Davi Sousa