A Cidade que Nunca Dorme é um conteúdo adicional para o game Marvel’s Spiderman, da Insomniac. A DLC é dividida em três episódios adicionais: “O Assalto”, “Guerras Territoriais” e “Comando Silver”. Cada um foi lançado em datas distintas ao longo de 2018, mesmo ano de publicação do título-base.
Esta é uma análise livre de spoilers.
Café e pílulas para dormir: uma história agridoce
Narrativamente, todo o roteiro do conteúdo adicional segue uma sequência ao longo dos três episódios, onde cada um é sempre finalizado com um grande cliffhanger, de maneira a prender a atenção do jogador. Obviamente, estamos falando da mesma história dividida em três partes, como uma minissérie.
Vale ressaltar que é no mínimo espetacular perceber como os roteiristas conduzem todo o processo narrativo de maneira clara e respeitando suas etapas. Aqui, vemos o nascer de uma narrativa aparentemente simples que escala com o tempo. Assim como no jogo-base, é fantástico sentir as coisas fugindo de nosso controle conforme avançamos na aventura de Peter Parker. Embora o formato episódico possua suas desvantagens, como uma curta duração, o hype é sempre mantido nas alturas e nunca nos decepciona.
Se passando em uma Nova York pós-Marvel’s Spider-Man, a DLC nos deixa bem claro que o crime não descansa e nem nós iremos. Com uma história intrigante, cheia de reviravoltas, momentos tocantes e finais bem construídos, passamos por uma narrativa sólida e até surpreendente. Ao longo dela, esbarramos com personagens já vistos na jornada anterior e encontramos outros que saltam direto das folhas dos quadrinhos, como a charmosa Black Cat e o cabeçudo Hammerhead.
Prós e contras: a razão entre sonhar acordado e paralisia do sono
Quanto ao gameplay, existem trechos variados de jogabilidade, alternando entre momentos stealth, combate frenético, perseguições, boss fights e uma quantidade bem generosa de missões secundárias.
Conforme mencionado anteriormente, é muito fácil sentir as coisas saindo do controle no decorrer dos episódios, o que se reflete nas mecânicas do game, que ficará cada vez mais difícil conforme progredimos na campanha.
A DLC, de maneira geral, não é inovadora e recicla bastante conteúdo do jogo-base. Existem diversas atividades secundárias, que variam entre impedir atividades criminosas de vários tipos, itens colecionáveis, desafios de pontos etc. Embora, de fato, algumas dessas atividades possuam aspectos novos (como, por exemplo, maiores interações com o spider-bot e trajes inéditos para desbloqueio), grande parte é reaproveitada. Por um lado, isso não é ruim, mas não espere se deparar com tremendas novidades. Você pode se magoar.
Veredito: céu estrelado
A Cidade que Nunca Dorme traz consigo muitos elementos reciclados do game principal, o que pode transformar certas tarefas secundárias em trabalhos maçantes. Porém, seu grande adendo é uma história original, impactante e bem distribuída em formatos episódicos. A Insomniac preferiu apostar em qualidade à quantidade, assegurando que seus fãs estivessem muito bem servidos com o que talvez apresente-se como um prelúdio para uma possível sequência.
Sendo assim, vale a pena se aventurar novamente por uma Manhattan já conhecida? Com certeza. E, talvez, após mais algumas horas de tiroteios, chutes na cara e aranhas se jogando de arranha-céus, a cidade possa dormir. Por enquanto.
Uma cópia do título foi concedida pela Insomniac para realização desta análise.
Revisão: Caio Carvalho