Prévia: ScourgeBringer – O melhor de um roguelike?

Jônatas Marques
6 leitura mínima

Cansado de ver roguelikes e metroidvanias sendo lançados todos os dias? Imagina reunir o que tem de melhor em títulos como Dead Cells, Celeste e Katana Zero. Talvez ScourgeBringer seja o jogo que consiga essa façanha.

Em Early Access desde fevereiro deste ano, o mais ambicioso projeto do estúdio Flying Oak Games parece estar próximo de ser finalizado. Testamos ScourgeBringer e te contamos por que esse game pode se destacar entre tantos jogos “iguais”.

O hub do jogo

A maciez da jogabilidade

Não dá pra encarar fases procedurais que exigem um combate frenético sem uma boa jogabilidade, e ScourgeBringer mostra que esse não será um problema. Muito pelo contrário: o controle do personagem é fluido, acessível e divertido, uma das melhores coisas no game.

Logo de cara você já adquire habilidades essenciais, como dash e um golpe forte para atordoar os inimigos. É possível atacar com uma espada e usar sua arma para matá-los à distância. Depois de umas três áreas aprendendo, você já está apto para sair cortando e atirando por aí.

Uma característica de ScourgeBringer que lembra Katana Zero é a possibilidade de estudar a sala antes de começar um ataque. Ao chegar em determinada área, você já visualiza o inimigo mais perigoso e que precisa morrer primeiro. Isso não tira os momentos de reflexos e improviso que você encontra nas fases, já que nem todo planejamento é perfeito.

Tudo isso só é possível por causa da precisão na jogabilidade que me lembrou outro indie de sucesso: Celeste. Não há delay perceptivo entre apertar o botão e a ação do personagem, ao mesmo tempo que ele parece ter peso e você consegue sentí-lo mesmo no meio do combate frenético.

Um pouco da jogabilidade de ScourgeBringer

A única questão de jogabilidade que pareceu um tanto desconfortável foi o mapeamento do controle, já que dois comandos muito usados são próximos e podem confundir o jogador no meio da loucura do combate. Porém, é claro, essa configuração pode ser alterada conforme o gosto de cada um.

Um progresso terapêutico

Confesso que já tive muitas frustrações com outros roguelikes, principalmente aqueles com morte permanente. Sim, ScourgeBringer também segue a dinâmica de runs e te faz voltar ao início quando você morre, mas ele não passa uma sensação de “perda de tempo”.

A cada tentativa de chegar o mais longe possível, você consegue algumas recompensas interessantes, como pontos para usar na árvore de habilidades ou arquivos que contam um pouco da história do jogo.

Porém, o que mais satisfaz ao tentar de novo e avançar aos pouquinhos é a jogabilidade e o quanto você aprende em cada run. Você pode estar se perguntando: “mas não é esse o objetivo de todo jogo com morte permanente?” Sim, mas nem todos alcançam esse feito como ScourgeBringer, que vem conseguindo mostrar o progresso do jogador com sucesso, mesmo na derrota.

A variedade de inimigos com designs únicos e a dinâmica das batalhas contra eles te fazem aprender mais e mantêm o desafio de combate a cada tentativa. Sem contar os itens, os bônus ao completar todas as salas e a mecânica da lojinha, que é comum em roguelikes.

Cada “galho” da árvore de habilidades é liberada ao acessar um novo mundo

Um ritmo único

É difícil identificar originalidade em um roguelike 2D em pixel art com pequenos elementos de metroidvania; e é por isso que ScourgeBringer também me impressionou nesse quesito.

A satisfação em cada run por causa da jogabilidade, a criatividade em cada área, os inimigos descobertos, o balanço entre aleatoriedade e precisão nos itens, e as recompensas encontradas a cada tentativa… A junção dessas características é o que chama a atenção e, arrisco dizer, o que torna a experiência de jogá-lo muito original. Tudo isso acompanhado de uma trilha sonora que conversa muito bem com a gameplay, sendo porradeira ou misteriosa (até silenciosa) conforme os momentos pedem.

Mexer em time que está ganhando?

Apesar de não apresentar bugs significativos e aparentar já estar pronto, ScourgeBringer ainda está em acesso antecipado. E a dúvida que fica é: será que o jogo completo vai entregar essa mesma experiência?

É bom lembrar que, até a data de publicação deste texto, o game ainda está com poucos mundos, o que pode encorajar jogadores que não se dão bem com morte permanente em jogos. A base parece estar pronta e bem polida, pois é difícil imaginar o jogo completo com a qualidade menor em jogabilidade e direção artística, por exemplo.

A sensação que fica, após horas e horas de jogo, é que o estado atual de desenvolvimento mostra um título pronto para ser lançado. Adicionar mais fases e mundos não seria esticar demais um game que parece perfeito no escopo que está? Bom, saberemos disso quando ScourgeBringer for lançado por completo.

Enquanto isso, aqueles que possuem Xbox Game Pass para PC podem testar o jogo e sentir se ele pode se tornar um dos destaques de 2020. Ele está em Early Access na Steam e há uma demo disponível até dia 27 para Xbox One.

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